Itaipu e integração energética: entenda importância da escolha de Foz do Iguaçu para sediar reunião do G20
30/09/2024
(Foto: Reprodução) Das 13 cidades-sede anunciadas pelo governo federal, representante do Paraná é a única que não é capital. Encontros das maiores economias do mundo acontecem até novembro no Brasil. Cataratas do Iguaçu - Crédito: Nilmar Fernando
Divulgação
Localizada no extremo oeste do Paraná, a cidade de Foz do Iguaçu recebe a partir desta segunda-feira (30) reuniões do Grupo de Trabalho de Transições Energéticas do G20 - grupo que reúne representantes das maiores economias do mundo.
Comunicado do grupo destaca que Foz do Iguaçu representa a "integração energética em países" - a cidade paranaense é a única não-capital entre as escolhidas para receber os encontros no Brasil.
O município está estrategicamente localizado na tríplice fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai. A região se destaca pelas Cataratas do Iguaçu - uma das Sete Maravilhas Naturais do Mundo - e pela Usina Hidrelétrica de Itaipu.
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Até sexta-feira (4), a cidade vai sediar debates focados na substituição do uso de combustíveis fósseis por fontes de energia renováveis.
O G20 reúne ministros da Economia e presidentes dos Banco Centrais de 19 países (África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia), além da União Europeia e da União Africana.
A escolha de Foz do Iguaçu se justifica também por abrigar a margem brasileira da companhia Itaipu Binacional, responsável por cerca de 10% da energia consumida no Brasil e 88% do Paraguai, além de preservar mais de 100 mil hectares de Mata Atlântica.
“O encontro do G20 em Foz do Iguaçu vai tratar da transição energética. [...] Itaipu tem tudo a ver com essa pauta pelo seu papel como produtora de energia limpa e barata, como quem contribui para as alternativas energéticas como a biomassa, energia solar", destacou o diretor-geral da margem brasileira da usina, Enio Verri.
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O diretor-geral frisou que Itaipu tem como diferencial em relação a outros empreendimentos do setor o fato de ser binacional, promovendo desenvolvimento e integração além dos limites territoriais do Brasil.
"É uma empresa que tem integração com o modelo de ser uma empresa brasileira e paraguaia e que, a partir de sua experiência, convive com todos os outros países da América Latina, em especial no que se refere a esse processo da transição energética”, argumentou.
Estatal controla a Usina Hidrelétrica de Itaipu, em Foz do Iguaçu
Alexandre Marchetti/Itaipu Binacional
O historiador Micael Alvino da Silva, autor de livros sobre Foz do Iguaçu e a relação da cidade com os países de fronteira, avalia que o debate de transições enérgicas no município se faz pertinente por acontecer no contexto de uma usina geradora de energia limpa renovável.
"Se você pegar, por exemplo, EUA, um dos países mais importantes do G20, só 20% da energia dele é renovável. Se você pegar a América do Sul, é a grande exceção, 70% da energia aqui é renovável, e a Itaipu está nesse contexto, maior gerador de energia renovável da América do Sul", afirmou.
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Turismo e desenvolvimento
A cidade abriga amplo setor de turismo incentivado por atrações como as Cataratas do Iguaçu, maior conjunto de quedas d'água do mundo, e própria usina de Itaipu.
A rede hoteleira da cidade conta com cerca de 170 hotéis e pousadas, mais de 28 mil leitos e 30 espaços para eventos. A expectativa é que sejam movimentados cerca de R$ 7,5 milhões entre os dias do evento.
Hotéis de Foz do Iguaçu movimentam a economia da cidade
Reprodução / RPC
Tais características reforçam a importância dos debates de transição energética no município, além de reforçar os objetivos do Governo Federal de "fomentar o turismo e o intercâmbio cultural e fortalecer relações bilaterais entre as cidades e as nações participantes" durante o período em que o Brasil está na presidência do G20 - de 1º de dezembro de 2023 a 30 de novembro de 2024.
"Essas reuniões contribuem para a ideia de que Foz do Iguaçu torna-se um destino, primeiro de eventos, de médio e grande porte, eventos importantes na escala global, então você certamente não tem isso em outras cidades pequenas ou no interior do Brasil, isso é graças a Itaipu, mas também devido a infraestrutura de turismo que se tem na cidade", afirmou o historiador.
Escolha das cidades-sede
A escolha de cidades em todas regiões do país para recepção dos encontros busca descentralizar as atividades para tornar o G20 um fórum mais "acessível e representativo", destaca comunicado do governo brasileiro.
Durante o mandato de um ano, a agenda do Brasil tem se concentrado em três temas: desenvolvimento sustentável; reforma das instituições multilaterais; e combate à fome, à pobreza e à desigualdade.
As 13 cidades anunciadas como sedes das reuniões do G20 no Brasil em 2024 são:
Brasília (DF);
Belém (PA);
Belo Horizonte (MG);
Fortaleza (CE);
Foz de Iguaçu (PR);
Maceió (AL);
Manaus (AM);
Porto Alegre (RS);
Rio de Janeiro (RJ);
São Paulo (SP);
Salvador (BA);
São Luís (MA); e
Teresina (PI).
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