'Sonho dele era ser jogador, mas infelizmente não conseguiu', diz prima de adolescente brasileiro morto em ataque no Líbano
27/09/2024
(Foto: Reprodução) Ali Kamal Abdallah, de 15 anos, e o pai, Kamal Hussein Abdallah, de 64 anos, morreram na segunda-feira (23), após serem feridos por um foguete que atingiu a cidade de Kelya. Ali Kamal Abdallah tinha 15 anos e nasceu em Foz do Iguaçu
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Celin Khatib, prima do adolescente brasileiro Ali Kamal Abdallah lembrou do rapaz como uma pessoa gentil e amorosa e lamentou que o primo não teve a oportunidade de concretizar os sonhos que tinha.
Segundo a família, ele e o pai morreram na segunda-feira (23) feridos por um bombardeio que atingiu a cidade de Kelya, no Vale do Bekaa.
"Ele era um garoto muito feliz, sempre rodeado de alegria, dava abraços em todo mundo, era muito carinhoso. Onde ele ia espalhava alegria. Ele amava jogar futebol, o sonho dele era ser jogador. Infelizmente ele não conseguiu", afirmou.
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O irmão do adolescente, Mohamed Abdallah, de 16 anos, também estava no local e sobreviveu ao bombardeio. Ele chegou a Foz do Iguaçu nesta sexta, após deixar o Líbano junto da irmã Yara Abdallah, que é natural do país do Oriente Médio.
Ali Kamal Abdallah tinha 15 anos e nasceu em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná. O pai dele, Kamal Hussein Abdallah, de 64 anos, era libanês com naturalidade paraguaia.
Eles estavam trabalhando na fábrica de produtos de limpeza da família quando foram atingidos.
Bombardeios israelenses no Líbano se intensificaram nos últimos dias. Em uma semana de ataques, são mais de 700 mortos e dezenas de milhares de moradores deixando suas casas e o país. Leia mais a seguir.
Ali Kamal Abdallah, de 15 anos, e o pai dele, Kamal Hussein Abdallah, de 64 anos, morreram feridos por um foguete que atingiu a cidade de Kelya, no Vale do Bekaa
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'Não conseguia achar meu irmão. Gritava o nome dele'
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Mohamed relatou que após o bombardeio, procurou pelo irmão Ali, mas não conseguiu encontrá-lo.
"Caiu tudo, nem vi mais nada, não consegui mais respirar. Tirei as pedras de mim e fui ver meu pai. [Ele, o pai] estava no chão, morto, e meu irmão... Não conseguia achar meu irmão. Gritava o nome dele, e as pessoas do meu lado, mortas. Eu não achava ele, nem escutei a voz dele", disse Mohamed.
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O adolescente vítima do bombardeio foi homenageado por amigos e familiares com camisetas com a mensagem "Para sempre em nossos corações. Ali Kamal Abdallah".
Além do adolescente paranaense, os ataques militares de Israel contra o Hezbollah no Líbano fizeram uma segunda vítima brasileira, Myrna Raef Nasser, de 16 anos, que estava com a família no Vale do Bekaa. A morte da adolescente, que foi confirmada pela família no Brasil, ocorreu na mesma região onde morreu Ali.
Conflito se intensificou
Na segunda-feira, quase 500 pessoas morreram e mais de 1.800 mil ficaram feridas nos ataques direcionados ao grupo extremista libanês Hezbollah, financiado pelo Irã e contrário a Israel, no dia mais sangrento desde a guerra do Líbano, em 2006.
Nesta sexta, Israel atacou o centro de Beirute, capital do Líbano, no que foi o maior ataque israelense desde o início do conflito com o grupo extremista Hezbollah, segundo a agência Reuters. Uma nuvem de fumaça dominou o céu da capital.
Várias explosões atingiram o sul da cidade pouco mais de uma hora após o discurso do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, na Assembleia Geral da ONU. Prédios foram atingidos.
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