Uber é condenada a pagar R$ 15 mil a passageira vítima de intolerância religiosa de motorista no PR: 'Macumbeiro não anda no meu carro'

  • 23/01/2025
(Foto: Reprodução)
Vítima pediu corrida por meio do aplicativo enquanto saía de um terreiro de umbanda. No entanto, motorista enviou mensagem ofendendo a mulher e cancelou corrida. Em nota, Uber afirma que não tolera qualquer forma de discriminação e que desativou o motorista da plataforma. Motorista enviou mensagem com ofensa de intolerância religiosa para passageira Arquivo Pessoal O Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) condenou a Uber, empresa de transporte por aplicativo, a pagar R$ 15 mil a uma passageira vítima de intolerância religiosa em Curitiba. ✅ Siga o canal do g1 PR no WhatsApp ✅ Siga o canal do g1 PR no Telegram Segundo consta no processo, a vítima pediu uma corrida por meio do aplicativo enquanto saía de um terreiro de umbanda, onde havia participado de um culto religioso de matriz africana. No entanto, o motorista enviou uma mensagem ofendendo a mulher e cancelou a corrida. "Macumbeiro não anda no meu carro", escreveu o motorista. O caso aconteceu em junho de 2023 e a empresa foi condenada em setembro de 2024. No entanto, a decisão foi divulgada apenas nesta terça-feira (21), em razão do Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa. Segundo a decisão, a Uber tem responsabilidade pelo que aconteceu porque atua como intermediária na relação entre motoristas e passageiros, assumindo o risco pela atividade desenvolvida, uma vez que obtêm lucro dela. Ao g1, em nota, a Uber disse que não tolera qualquer forma de discriminação e que desativou o motorista da plataforma. "Em casos dessa natureza, a empresa encoraja a denúncia tanto pelo próprio aplicativo quanto às autoridades competentes e se coloca à disposição para colaborar com as investigações, na forma da lei", complementa o texto. A vítima optou por não entrar com uma ação judicial contra o motorista. LEIA TAMBÉM: 'Não sentia nada': Jovem sente dor na nuca e perde todos os movimentos do pescoço para baixo Vídeo: Onça parda é flagrada passeando em parque de área urbana no Paraná Mundo animal: Gato abandonado aparece em lanchonete e contato inusitado de cliente rende adoção: 'Se eu pedir um hambúrguer, você traz o gato?' 'Não é minimamente aceitável' A ação visava indenização por danos morais por "legitimidade passiva e responsabilidade solidária" e a Justiça reconheceu que houve um ataque à crença da vítima. "A corrida solicitada lhe foi negada apenas e tão somente por conta da sua expressão religiosa, e não por mera liberalidade do motorista que, inclusive, proferiu ofensa que pode, eventualmente, configurar o ilícito penal de injúria qualificada, crime de ação penal pública condicionada a representação", diz o acórdão. O documento também ressalta que "não é minimamente aceitável a possibilidade de se tolerar atos de discriminação religiosa alicerçados em suposta liberdade de expressão". "Apesar de ambas as liberdades possuírem assento constitucional, o ataque ao direito de liberdade religiosa por meio do fundamento de que se trata de liberdade expressiva não pode ser admitido", complementa. Inicialmente, a empresa entrou com um recurso contra a decisão, alegando que o motorista usou o termo "macumbeiro" sem qualquer outra ofensa, o que, segundo a Uber, "obviamente, não teve a intenção de ferir a dignidade" da vítima, mas sim de "justificar o cancelamento da corrida". No entanto, em segundo grau, a Justiça entendeu que o comportamento do motorista teve um intenção depreciativa e de segregação, porque ele acreditava que, por a vítima praticar uma religião de matriz africana, não era digna de entrar no veículo e ter o serviço prestado por ele. Conforme os advogados Mikaeli Starkowski Guimarães e Luis Eduardo Mascarenhas Sfier, que representam a vítima, o valor da indenização foi depositado, e o processo, encerrado. Para eles, a condenação representa "um avanço na luta contra a intolerância religiosa e a discriminação no Brasil". "A liberdade de crença é um direito fundamental, e cabe às empresas zelarem para que seus serviços não sejam palco de preconceito e exclusão", ressaltam. Passageira com aplicativo da Uber aberto no celular, em foto ilustrativa. BRUNO FERNANDES/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO Vídeos mais assistidos do g1 Paraná: Leia mais notícias em g1 Paraná.

FONTE: https://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2025/01/23/uber-condenadacao-passageira-vitima-de-intolerancia-religiosa.ghtml


#Compartilhe

Aplicativos


Locutor no Ar

Peça Sua Música

Top 5

top1
1. saudade da minha vida

gustavo lima

top2
2. uai

zé neto e cristiano

top3
3. rancorosa

henrique e juliano

top4
4. eu e voce

jorge e matheus

top5
5. solteirou

luan santana

Anunciantes