VÍDEO: bebê brasileira que morreu em ataque de Israel contra o Líbano ensaiava primeiros passos sozinha, conta avô
05/11/2024
Fatima Bassam Abbas estava com os pais e foi atingida por estilhaços de prédio atingido por míssil em Beirute, no sábado (2). Vídeo mostra a menina com familiares. Ela é a terceira vítima brasileira do conflito. Bebê brasileira que morreu no Líbano ensaiava primeiros passos sozinha
A bebê brasileira de 14 meses Fatima Bassam Abbas, que morreu em ataque de Israel contra o Líbano no último sábado (2), em Beirute, ensaiava dar os primeiros passos sozinha, recordou consternado o avô da menina, Ali Abbas. Assista ao vídeo acima.
Imagens divulgadas pela família e gravadas na sexta-feira (1º), um dia antes do ataque, mostram a menina sorrindo ao dar pequenos passos de mão dada com o pai, Bassam Ali Abbas, também brasileiro. A família aguardava repatriação para retornar ao Brasil.
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“Com um ano e dois meses, estava aprendendo a andar, querendo dar os passos dela. Quando mandaram esse vídeo ela estava quase caminhando [sozinha], apenas segurando a mão dela", recordou emocionado o avô.
O avô e outros familiares de Fátima denunciaram a morte da menina ao g1 e à RPC na manhã de segunda-feira (4). Horas depois, o Itamaty confirmou a morte.
“Era um anjo, não sei porquê ser atacada por essa guerra. Estão atacando só por atacar, para atingir civis. [...] A gente perdeu um anjo", lamentou Ali.
Bebê brasileira que morreu em ataque de Israel contra o Líbano ensaiava primeiros passos sozinha, conta avô
Arquivo pessoal
Segundo avô, a família - os pais e a pequena Fátima - transitava em uma área distante dos conflitos na capital libanesa, quando o carro onde estavam foi atingido inesperadamente por estilhaços de prédio atacado por míssil de Israel.
“Minha neta estava na cadeirinha, no banco de trás, meu filho com a esposa estavam na frente e aconteceu o bombardeio. Ai veio um pedaço daquele míssil na barriga da minha neta. Eles correram para o hospital e fizeram cirurgia, mas estava sangrando muito. Deram 48 horas para ver se parava o sangramento. Mas ela não resistiu”, relatou o avô ao g1 na segunda (4), fortemente emocionado.
Bebê de 14 meses filha de brasileiro que aguardava repatriação morre em ataque de Israel contra Líbano, segundo a família
Arquivo pessoal
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Vinda da família a Foz do Iguaçu
Ao g1, Ali contou que a família se mudou para Foz do Iguaçu em 1989, e que todos os filhos nasceram no Brasil. Devido aos negócios, a família transitava entre os paises, mas com residência fixa no Brasil. Em 2022, retornaram ao Líbano e o filho, Bassam, acompanhou o pai com a família.
Após a intensificação dos conflitos no Oriente Médio, Ali decidiu voltar a Foz do Iguaçu e chegou à cidade, que possui a segunda maior comunidade árabe do Brasil, há cerca de uma mês.
O pai de Fátima e outro filho de Ali ficaram com suas esposas no Líbano aguardando documentação para que elas, que são libanesas, também pudessem vir ao Brasil no voo da Força Área Brasileira (FAB).
Por meio de nota, o governo federal lamentou a morte da bebê e enviou condolências à família.
"Ao expressar à família de Fatima Abbas as mais sentidas condolências e estender toda a sua solidariedade, o governo brasileiro reitera a condenação, nos mais fortes termos, aos contínuos e injustificados ataques aéreos israelenses contra zonas civis no Líbano e renova o apelo às partes envolvidas para que cessem imediatamente as hostilidades", diz a nota.
Segunda vítima do conflito com ligação com Foz do Iguaçu
Ali Kamal Abdallah, de 15 anos, e o pai dele, Kamal Hussein Abdallah, de 64 anos, morreram feridos por um foguete que atingiu a cidade de Kelya, no Vale do Bekaa
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Além de Fátima, o menino Ali Kamal Abdallah, de 15 anos, que nasceu em Foz do Iguaçu, também morreu após intensificação do conflito, em setembro deste ano. Segundo a família, ele e o pai foram feridos por um bombardeio de Israel que atingiu a cidade de Kelya, no Vale do Bekaa.
Eles estavam trabalhando na fábrica de produtos de limpeza da família quando foram atingidos e morreram.
O Paraná recebeu, ao longo dos 9 voos de repatriação da Força Aérea Brasileira (FAB) desde outubro, 526 pessoas. Deste total, Foz do Iguaçu acolheu 427 pessoas, segundo o governo federal.
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